Porque me levas ás lágrimas se não te conheço?
Porque me abres o peito e massageias meu coração?
Porque me conheces tanto, se nada te forneço?
Porque te é real meu mundo de sublimação?
Porque não finjo não te amar desde o começo?
Porque tua linguagem me é familiar?
Porque tu me ergues neste tropeço?
Porque és tu a me animar?
Já andei tanto tempo
por mar revolto de sentimento
tal naufrago titubeante
a deriva tão sedento
de um porto a qualquer tempo
neste mundo delirante...
O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente. /E os que lêem o que escreve,/Na dor lida sentem bem, /Não as duas que ele teve,/ Mas só a que eles não têm./E assim nas calhas de roda/Gira, a entreter a razão,/Esse comboio de corda/Que se chama coração. Ricardo Reis
6.22.2009
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Quem sou eu
- Tropeços Literários
- Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...
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